quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Os Aspectos Básicos dos Chakras – Elementos, Relações, Finalidades e Práticas – Parte II (final)


Para uma melhor compreensão, é recomendável a leitura da parte I deste texto ( CLIQUE AQUI ).

Meditar no chakra apropriado pode ser de grande ajuda para que uma pessoa supere modificações mentais e flutuações emocionais. Os psicoterapeutas e os psicólogos podem fazer uso da transformação de energia tornada possível pela meditação no chakra, mas para saber qual meditação no chakra pode ajudar um paciente em particular, eles precisam conhecer as características comportamentais dos chakras. 

Assim, as descrições dos chakras que se seguem também incluem as características comportamentais associadas com cada chakra. Estas geralmente não são encontradas em livros de Yoga, por que o resultado final das práticas de Yoga liberta uma pessoa de toda a influência dos chakras.

A meditação nos chakras ensinada pelo Tantra-Yoga envolve todos os aspectos do Ashtanha-Yoga. Depois de seguir os yamas e niyamas, assumir uma postura estável (asana) e dominar o controle da respiração (pranayama), o aspirante se torna um iniciado no caminho do Yoga. A seguir acontece o recolhimento dos sentidos (pratyahara) e a concentração (dharana). Todos esses passos são necessários para atingir o poder de meditar (dhyna), que é o verdadeiro yoga. 


O primeiro passo na meditação é a purificação dos cinco elementos (tattvas), sua fonte (os cinco tanmatras) e os indriyas (os cinco órgãos dos sentidos e os cinco órgãos de ação). Esse processo de purificação, conhecido como bhuta shuddhi, é efetuado por sua absorção pela Kundalini Shakti. O despertar da Kundalini, portanto, é o interesse básico de um aspirante.

Em bhuta shuddhi (purificação dos elementos), a terra se dissolve na água, a água evapora no fogo, o fogo se funde no ar, e o ar se dispersa em akasha (o vazio). Todos os princípios associados com o elemento terra presentes no primeiro chakra são absorvidos pelo elemento água. A seguir, o
elemento água e todos os princípios a ele associados são absorvidos pelo elemento fogo, e assim por diante. Os elementos (tattvas ou bhutas) não são puros como os tanmatras; eles são misturas.

O elemento terra é uma combinação de todos os cinco bhutas: akasha, ar, fogo, água e terra. A água é uma mistura de akasha, ar, fogo e água; o fogo é uma mistura de akasha, ar e fogo; o ar é uma mistura de akasha e ar. Essencialmente, akasha é dotado de tudo e, não obstante, é nada (vazio). É por isso que akasha é o mais puro e o mais leve. O ar é mais pesado que akasha, o fogo é mais pesado que o ar, a água é mais pesada que o fogo e aterra é a mais pesada e densa de todo. 

O processo de absorção dos elementos e seus princípios é realizado quando o pranayama, especialmente a suspensão da respiração (kumbhaka), é feita em conjunto com a repetição das sílabas seminais que estão presentes em cada chakra, na qualidade de bija mantras dos elementos e as pétalas
de lótus. Realizar o pranayama juntamente com a repetição de AUM, ou se concentrar no chakra Ajna junto com a repetição do mantra SO’HAM são dois exemplos de métodos usados para purificar os elementos e a mente. A bhuta shuddhi é realizada de maneira automática quando se segue o caminho da devoção (bhakti).

Seja de que modo for consumado, a bhuta shuddhi é necessário para o despertar da Kundalini. Apenas depois que todos os elementos e seus princípios associados forem absorvidos pelo akasha, a energia da Kundalini pode ser dirigida ao chakra ajna, onde o fator do eu é absorvido pela superconsciência (samprajnata samaddhi). Em última instância, a Kundalini é absorvida pelo Parama Shiva, a suprema consciência, a fonte de toda consciência espiritual (asamprajnata samaddhi). 

Depois que o fluxo da energia da Kundalini alcançar os centros mais elevados, a atitude total do praticante mudará. Essa mudança é referida repetidas vezes como um novo nascimento e se diz que o aspirante é “nascido pela segunda vez”. Manter o fluxo ascendente de energia se torna, então, o interesse básico do aspirante.

A prática constante e simultânea da visualização e repetição das sílabas seminais (mantra japa) ajuda o aspirante a manter o fluxo de energia nos centros mais elevados e, assim, ultrapassar a influência dos elementos. A meditação nos chakras deve ser feita com a utilização da imagem do chakra (que inclui o respectivo elemento e as divindades) e não de um ponto físico particular, tal como o cóccix, a base da coluna vertebral ou a região anal. 

As áreas físicas associadas com os chakras são apenas as localizações dos órgãos sensoriais e órgãos de ação relacionados. Os próprios chakras estão relacionados com a fonte de energia que dá vida ao corpo celular (o prana e os elementos). Assim, por exemplo, os desejos do primeiro chakra não são os desejos da região anal. Nós devemos lembrar que a energia flui através dos chakras antes de alcançar a mente sensorial, onde ela é convertida na forma de um diálogo ou desejo. Cada respiração opera com um dos elementos e com o chakra relacionado. 

Os chakras não trabalham todos juntos; eles operam de acordo com seu elemento relacionado. A meditação feita sem o elemento relacionado irá requerer mais energia, porque ela não será ajudada pelo elemento; contudo, mesmo assim essa meditação irá influenciar o padrão respiratório e acalmar a mente.

A meditação no chakra Muladhara na presença do elemento terra desenvolve a saúde natural, a força do corpo e poder intelectual. Ela prolonga a vida.

A meditação no chakra Svadhisthana na presença do elemento água liberta o corpo da doença, proporciona maior vitalidade, sensibilidade, poder intelectual e habilidade artística e torna a pessoa mais atraente para o sexo oposto.

A meditação no chakra Manipura na presença do elemento fogo desenvolve a imunidade natural do corpo, leva à obtenção de uma vida longa e libera certos poderes incomuns de comando, autoridade, organização, liderança e administração.

A meditação no chakra Anahata na presença do elemento ar desenvolve beleza interior e magnetismo pessoal (ojas), tornando o corpo altamente atraente (não apenas para o sexo oposto). Ela desenvolve o poder o intelecto e leva ao desenvolvimento intelectual acima do padrão normal. Ela possibilita a aquisição de poderes extra-sensoriais, poderes poéticos e habilidades de escrita.

A meditação no chakra Vishuddha na presença do elemento akasha gera firmeza e força adamantinas, o poder de absorção em meditação profunda, a revelação de conhecimento além de palavras escritas e o poder de explicar e esclarecer.

A meditação no chakra Ajna na presença da Sushumna proporciona a consciência não dual e poderes de cura. Ela desenvolve a intuição e o poder de ver o passado, presente e futuro.

A meditação nos chakras começa ao se adotar uma postura confortável (asana), sentado num assento feito de algum material orgânico (de preferência que não seja algodão), com as mãos no colo e as palmas voltadas para cima. É necessário fazer cinco exercícios de controle de respiração (pranayama) antes de iniciar a visualização. Deve haver uma pequena pausa entre o pranayama e a visualização. A visualização deve ser praticada apenas quando a respiração não interromper a concentração.

A visualização requer imagens apropriadas dos chakras. As imagens dos chakras desenhadas por artistas videntes do passado devem ser utilizadas. Colorir os desenhos de uma maneira sistemática pode ajudar mais a visualização, pois podemos repetir na mente a sequência na qual as cores são pintadas.

A seguinte ordem deve ser usada para colorir os chakras:
- As pétalas dos chakras
- O yantra do chakra
- O animal que porta a sílaba seminal (bija mantra)
- A sílaba seminal
- A Shakti do chakra
- A divindade do chakra

A mesma ordem deve ser utilizada na visualização. Ao reconstruir mentalmente o desenho completo do chakra, podemos desenvolver a prática da visualização abstrata que, no devido tempo, levará à meditação profunda.
Entretanto, um instrumento desses sem os preceitos carece de sentido. De maneira semelhante, os preceitos sem os instrumentos adequados não oferecem um real crescimento. Os desenhos devem ser coloridos para ativar o hemisfério direito do cérebro; o texto deve ser estudado para enriquecer a compreensão e ativar o hemisfério esquerdo. 

Isso irá criar um equilíbrio entre o “cérebro do pensador” e o “cérebro do artista”. Isso irá mudar o padrão das ondas cerebrais e a constituição psíquica. A repetição das sílabas seminais e o seguimento da lei do dharma (retidão, ordem) irão ajudar o aspirante a atingir estados elevados de consciência.

Textos extraídos do livro CHAKRAS - Centros de Energia de Transformação.
Até mais pessoal e que a Grande Alva os abençoem!

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