domingo, 2 de março de 2014

A importância do Questionamento - Lutando Contra o Ego

O insight de escrever este texto me veio por ver pessoas sendo enganadas e sendo feitas de idiotas por indivíduos que são grandes portadores de lábia e fazem as pessoas acreditarem em qualquer coisa que sai de sua 'boca sagrada dos Deuses '. Mas também para alertá-las sobre elas mesmas e o perigo que há em guardar suas dúvidas e fazer algo sem esclarecê-las. Bom, vamos lá.

No meio mágico, nos deparamos sempre com pessoas que dizem-se mestres, que conseguem flutuar e até mesmo falar cara a cara com Deuses. Ok, na magia tudo é possível, mas vamos mesmo aceitar algum boato sem ter prova alguma? Sem fazer questionamento nenhum?

Quando começamos na magia, encontramos os mais variados tipos de pessoas, há aquelas que são estudantes e que só falam o que leram, há os' mestres ', que se preocupam mais com falar bonito do que com passar seus conhecimentos, há aqueles que só estão lá para fazer intrigas, há os empresários natos ( como acompanhei n'uma discussão bastante acalorada nesses dias-ri muito, por sinal), resumindo, há uma diversidade colossal de personalidades e objetivos nesse mundo mágicko.



Passamos maior parte de nossa vida nos dedicando a ler livros dos mais variados autores, das mais variadas editoras e dos mais variados temas e passamos, (in) conscientemente a trazer aqueles conhecimentos como verdade absoluta, lemos, por exemplo, um livros de Eliphas Levi, que é considerado um grande ocultista, e , por esta fama que seu nome leva, vemos seus textos e aderimos àquela ideia, como se, só por falarem bem dele, nós tivéssemos que ter aquilo como axioma.

Mas, se somos buscadores, se somos loucos em busca da perfeição divina, seria correto nos contentar com o que está ali no livro? Onde está o questionamento característico da evolução? Porquê o círculo e não um losango? Porquê o caldeirão e não um copo?

Usemos uma frase do grande Albert Einstein para analisarmos melhor :
" Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas."
Isso também vale para o meio mágico. Não adianta nada ler um livro, cheio de palavras rebuscadas, cheio de informações espetaculares sobre a vida, sobre a magia e sobre os Deuses, se você não ENTENDEU realmente NADA, apenas leu aquilo e superficialmente absorve apenas o que estava escrito. Quando lemos qualquer artigo e não entendemos alguma coisa, o correto é PERGUNTAR, é QUESTIONAR, é ser um investigador, realmente.

Muitos deixam que o ego os impeça de fazer tal pergunta com medo de serem chamados de ignorantes ou ineptos, com medo de sofrerem algum tipo de repressão por fazer perguntas das quais não conhece. Mas deixar o ego dominar sua vida só o impedirá de evoluir. Quem te chama de ignorante aqui, lá na frente verá o quanto sua ''ignorância'' o fez crescer.
Imagine a seguinte situação: Você acabou de entrar numa tradição que desconhece e seu sacerdote está lhe passando conhecimentos antigos dos quais você nunca ouviu falar. E ele pergunta:
- Você tem alguma dúvida?
E você responde que " não " ( porquê seu ego inflado impediu que você fosse humilde o bastante para questionar sobre a nova tradição).
E lá na frente, ele pergunta sobre algo e você não sabe responder porque não fez a pergunta que queria, porquê não esclareceu sua interrogação.

Muitas ordens, atualmente, sentem falta disso em seus membros. Como disseram uma vez: " O discípulo deve ouvir antes que o mestre fale." Além desta máxima significar que o 'gafanhoto' deve ser atento aos ensinamentos passados e aplicá-los, também nos passa que o discípulo deve aprender também por sua conta, se o mestre fala em ametista, você já pesquisar sobre cristais, se ele fala em estrela de davi, você já comparar à Salomão,etc. Nenhum mestre quer um aprendiz relaxado, que quer o conhecimento nas mãos, onde fica o instinto buscante?

Conheci recentemente um grande professor que parou de ensinar sua tradição porquê seus neófitos não queriam pesquisar. Só por estarem pagando mensalmente queriam que ele desse todo o conhecimento de bandeja e além dos conhecimentos de sua tradição, ainda queriam que ele ensinasse sobre assuntos dos quais nem faziam parte do âmbito didático do professor, tudo isso por preguiça de ir procurar, de abrir um livro, de digitar uma simples palavra na web.

A questão de questionar também pode desmascarar muitos charlatões, que só por terem lábia e um conhecimento superficial de algum sistema, dizem-se O MESSIAS ENCARNADO ou A REENCARNAÇÃO DE CLEÓPATRA. É importante questionar quem nos ensina, para testar mesmo seus conhecimentos. Sim, testar. Isso é importante para desmascararmos vigaristas que fogem da ideia de verdade que buscamos em magia.
Mas é importante também que questionemos nós mesmos, pois nem sempre temos alguém para nos auxiliar. 

Se está lendo um livro e viu algo que não entendeu, não leve aquela interrogação como verdade, pesquise, entenda. De quase ( ou completamente ) nada importa você saber o símbolo do sol, se não sabe o porquê ele é um círculo com um ponto no meio, ou porquê mercúrio tem só uma pequena diferença de Vênus. São pequenas questões que podem nos trazer grandes problemas. Você pode ler em um livro que os demônios da Goécia podem lhe dar TUDO, e tenta fazer a evocação e PERDE tudo, porquê? Porquê levou o que leu como verdade e não procurou se inteirar sobre o tópico.

Então é isso. Espero que tenham entendido o real objetivo do questionar. Se somos buscadores, temos que buscar! Não ficar sentados. Lembre-se do simbolismo de Caím ter matado Abel, a agricultura sob o pastoreio. Se você se considera um magista cheio de conhecimentos só por ler um livro ou outro, desculpe, você é só um conhecedor teórico. Magista é aquele que busca, aquele que aplica seus conhecimentos para evolução, aquele que é humilde e sabe reconhecer que errou, aquele que domina seu ego e equilibra Ob e Od. Labor omnia vincit - O trabalho tudo vence.

É isso, pessoal. Que a Grande Alva os abençoem.

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